História da cidade
Araporã
A construção da Ponte Afonso Pena sobre o rio Paranaíba, em1909, ligando os estados de Minas Gerais e Goiás, permitiu o desenvolvimento e a integração do Triângulo Mineiro com o sul de Goiás. Na divisão administrativa promovida pelo Estado de Minas Gerais em 1911, era criado no município de Abadia do Bom Sucesso, hoje Tupaciguara. O distrito de Araporã, cujo povoado denominava-se Alvorada, foi criado em 1938. Antes, em 1912, o engenheiro Fernando Alexandre Vilela Andrade criava em São Pedro de Uberabinha, hoje Uberlândia (MG), a concessionária estadual dos serviços de transportes Companhia Mineira de Autoviação Intermunicipal (CMAVI). Em 1917 a companhia inaugurava no local hoje ocupado pelo centro da cidade de Araporã um posto de pedágio para atender a demanda da rodovia então construída por ela, ligando São Pedro do Uberabinha a Santa Rita do Paranaíba, hoje Itumbiara (GO).
O começo
Enquanto construía a estrada, Fernando Vilela investiu capital da empresa no distrito, adquirindo terras onde foram plantadas as primeiras lavouras com destaque para a cana-de-açúcar e a posterior instalação de um engenho que possibilitou a produção de rapadura, açúcar mascavo e a cachaça que era denominada por uns, "Caninha Para Tudo" e por outros, "Caninha Alvorada". A CMAVI instalou também a primeira olaria que fabricou tijolos e telhas para a construção das primeiras casas que deram origem ao povoado de Alvorada. Fernando Vilela se constituiria no fundador de Araporã.
Consta que o primeiro morador do lugar foi João Rufino que adquiriu terras pertencentes a João Custódio e construiu sua moradia junto ao córrego que ele então denominou "Corguinho" e que mais tarde viria a ser denominado Córrego Alvorada, nome que ostenta até hoje.
Revolução de 30
Em 1930, Alvorada serviu de palco para as tropas mineiras que defendiam os ideais revolucionários frente as tropas goianas, nos limites da Ponte Afonso Pena. Seu quartel-general foi instalado onde hoje está a Praça Dr. Antônio Hélio de Castro. Naquele ano, católicos se organizam sob a liderança da dona de casa Eurípedes Toledo Ávila, a dona "Negrinha", esposa do comerciante Ly Ávila e nos três anos seguintes constroem a capela de Nossa Senhora da Guia cujo sino foi doado pelo casal Sebastião Augusto de Araújo/Sebastiana.
Agropecuária
Três anos depois, a 23 de junho de 1933, chegava a energia elétrica procedente do vizinho município de Itumbiara. Alguns anos mais tarde, começavam a chegar os primeiros colonos com o conseqüente desenvolvimento agropecuário da região. Além da pecuária extensiva, o distrito se notabilizou pela produção de arroz, milho e feijão. Durante os anos de 1950 o destaque foi a produção de banana que após se constituir na principal fonte de produção do distrito por uma década, foi dizimada por doença no final da década. Posteriormente, destacaram-se as culturas de abacaxi, café, algodão e, por último o incremento da produção de cana-de-açúcar, a maior lavoura do município até os dias atuais (2010).
A 17 de março de 1938 a lei estadual 148 criava o distrito de Araporã (ex-Alvorada) que na língua tupi quer dizer nascer do sol. A escolha do nome coube ao empreendedor Fernando Alexandre Vilela Andrade, presidente da CMAVI e principal responsável pelo desenvolvimento da região.
Primeiras indústrias
Passada a fase da CMAVI que foi extinta em 1945, surge novo empreendedor em Araporã, o empresário Avenir Alves Vilela que na década de 1960 fundou a Cerâmica Vilela e a Usina Alvorada na companhia dos sócios "Chico do Pim", Antônio Rabelo e outros. A cerâmica operou até o final dos anos 1980 e a Usina Alvorada ostenta até os dias atuais a posição de maior empreendimento privado do município e pertence à família Franceschi, oriunda de Jaú (SP).
No início da década de 1960, o território de Araporã é beneficiado com o asfaltamento de duas rodovias federais - Br 153 e Br 452 - e a Ponte (de concreto) Engº Cyro Gomes de Almeida, a Ponte "JK" que passava a substituir a velha Ponte Afonso Pena, símbolo do desenvolvimento desta região.
Uma dádiva chamada Furnas
Outro fator determinante no progresso de Araporã foi a construção da Usina Hidrelétrica de Furnas em seu território que não só permitiu o seu crescimento populacional como ensejou meios para a transformação do sonho de emancipação do município em realidade. A construção da usina foi iniciada em 1974 e concluída em 1980. Doze anos depois, em 12 de abril de 1992, surgia o município de Araporã (Lei estadual nº 10704, de 27/04/92) tendo como intendente o contador David Penha e como primeiro prefeito eleito o agropecuarista e economista Valdir Inácio Ferreira (01/01/1993 a 31/12/1996). Idinez Antônio Tizzo foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de Araporã (01/01/1993 a 31/12/194).
A emancipação
A idéia emancipacionista remonta ao início da década de 1940, articulada pelo tabelião Antônio Rabelo, o "Toniquinho" que veio de Tupaciguara em 1939 para aqui desenvolver as funções cartorárias. Ele cultivou a idéia até o final de seus dias (1996), mas antes de morrer nomeou seu sucessor o então vereador por Araporã em Tupaciguara Valdir Inácio Ferreira. Este constituiu-se no grande líder político que levaria até o fim o processo emancipatório dedicando-se por inteiro ao mesmo, tendo como principal parceiro o também vereador por Araporã em Tupaciguara Deguimar Vieira de Faria e contando com o apoio do então deputado estadual Anderson Adauto.
Maioridade
Aos 17 anos de emancipação política (2009), Araporã antecipa sua maioridade se apresentando como um dos municípios mais bem situados da região, econômica e socialmente. Segundo dados do IBGE referentes ao ano de 2006 e divulgados em dezembro de 2008, o município se apresentava naquele ano com o maior Produto Interno Bruto (PIB) por habitante do país com R$ 261.005, resultado superior à média nacional (R$ 12.688,). Um ano antes, em 2005, o município ocupou o 2º lugar no ranking nacional sendo o município de Cascalho Rico, também no Triângulo Mineiro o 1º lugar.
Araporã conta atualmente (2009) com uma população de 6.522 habitantes (IBGE) e dispõe de avançada estrutura de serviços públicos com ênfase na Educação (Em 2008 o IDEB atribuiu a Araporã índice de 5,0 em qualidade na Educação enquanto a média nacional era de 4,0), na Saúde e na Assistência Social.
Localização
Araporã, na região norte do Triângulo Mineiro, encontra-se entre Brasília, centro político do País, e São Paulo, maior centro econômico do Brasil. Às margens da BR-153 (duplicada) e da BR-452, e próximo à BR 365, está a 125 km de Uberlândia e 700 km da capital Belo Horizonte. Além disso, fica a 3 km de Itumbiara, em Goiás, e a 400 km de Brasília, no Distrito Federal. Conforme Anexo II da Lei Estadual nº 10704, de 27/04/92, que criou o Município de Araporã determinou os seguintes limites municipais:
- Com o Estado de Goiás: Começa no rio Paranaíba, na foz do rio Piedade; segue pela divisa interestadual até a foz do córrego do Bálsamo.
- Com o município de Tupaciguara: Começa no rio Paranaíba, na foz do córrego do Bálsamo; segue por este até a foz do córrego do Barreira; por este até a sua cabeceira; daí, transpondo o espigão, em direção à foz do córrego Lajeado, no ribeirão Sucuri, até esta foz.
- Com o município de Monte Alegre de Minas: Começa por ribeirão Sucuri, na foz do córrego Lajeado; desce por este (que tem mais abaixo o nome de ribeirão Passa-Três), até sua foz no rio Piedade.
- Com o município de Centralina: Começa no rio Piedade, na foz do ribeirão Passa-Três; desce pelo rio até sua foz no rio Paranaíba.